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quinta-feira, setembro 22, 2005

As Lagoas de Quiaios e o Campo de Golfe


Enquadramento físico e ambiental

O sistema de lagoas dulçaquícolas de Quiaios, Bom Sucesso e Tocha é complexo, interdependente (quer à superfície quer em profundidade) e não pode, por isso, ser abordado de forma redutora apenas numa das suas unidades. Localiza-se numa área de cordões dunares estabilizados (lado oceânico das lagoas) e areias eólicas sem estrutura dunar (lado continental). É uma área com solos muito permeáveis, lexiviados e podzolizados.
Trata-se de uma importante área de zonas húmidas costeiras, abrangidas pelas disposições da Convenção de Ramsar, sendo importante do ponto de vista do conceito de “corredor ecológico”.


Integração na Rede NATURA 2000

Existe a ideia instalada em vários sectores da sociedade que a Classificação do território das Dunas de Quiaios-Mira na Rede NATURA 2000 (Sítio PT055) pode ter sido um mero acaso ou capricho dos organismos responsáveis. De facto, tal não corresponde à verdade e as decisões decorreram de um processo rigoroso e científico ao qual o próprio Estado português não podia opor-se. Participaram no processo muitos cientistas e técnicos de várias universidades, cumprindo escrupulosamente o percurso definido na lei.
A conservação da natureza na UE é hoje regulada sobretudo por duas Directivas:
A Directiva 79/409/EEC (Directiva Aves);
A Directiva 92/43/EEC (Directiva Habitats).
Não é possível referir todas as espécies declaradas de interesse para a conservação e sob a alçada das Directivas, mas o facto é que as Lagoas de Quiaios e as restantes lagoas costeiras deste Sítio da Rede NATURA 2000 possuem microclimas que atraem e mantêm inúmeras espécies de animais, como são exemplos, entre muitas outras, a Cobra-de-pernas (Chalcides spp), o Cágado (Mauremys leprosa), Tartaranhões (Circus spp), Garajaus (Sterna sandvicensis), Galeirões (Fulica atra), Galinhas-de-água (Gallinula Chloropus), Flamingos (Phoenicopterus ruber), Negrinhas (Aythya fuligula), Mergulhões (Podiceps spp) Narcejas (Gallinago gallinago), Pato-trombeteiro (Anas Clypeata), Alvéolas (Motacila spp), mamíferos como a Lontra (Lutra lutra), a Geneta (Genetta genetta), o Javali (Sus scrofa) e a Raposa (Vulpes vulpes). Na vegetação, podemos referir as hidrófilas como o Caniço (Phragmites australis) ou o Bunho (Scirpus sp.). E também aqui vivem algumas espécies muito sensíveis como a Rela (Hyla arborea), o Rouxinol-grande-dos-caniços (Acrocephalus arundinaceus) e a Garça-pequena (Ixobrychus minutus), enquanto nas áreas abertas temos a Garça-vermelha (Ardea purpurea). Já nas zonas com coberto vegetal mais denso refere-se a Salamandra-de-costas-salientes (Pleurodeles waltl) e a Águia-sapeira (Circus aeruginosus).
Como se percebe, não é um trabalho desprovido de senso, mas sim o estrito cumprimento da legislação europeia que disponibiliza linhas de financiamento que permitirão fazer uma gestão adequada destas áreas, o que parece não ser conveniente divulgar.

Impactes e riscos actuais

Não há nem nunca houve uma acção consistente no sentido da recuperação ambiental das lagoas.
Todo o perímetro e a quase totalidade das linhas de água encontram-se muito poluídos, sobretudo por resíduos e efluentes domésticos. A estes juntam-se os efluentes e as drenagens de pecuárias, pocilgas, hortas e outros campos agrícolas que arrastam enormes quantidades de matéria orgânica e nutrientes para os meios aquáticos. O resultado é a eutrofização destes meios e o desenvolvimento de processos químicos de decomposição, anoxia, extrema toxicidade e morte de muitas espécies de imediato ou a prazo. Algumas das espécies atingidas pela poluição, infectadas ou contaminadas são de consumo humano e aí temos a afectação das cadeias alimentares e sérios problemas de saúde pública, cumulativos e irreversíveis.

Por outro lado, um risco que se terá de colocar cada dia com mais acuidade é o que diz respeito ao aprofundamento do níveis piezométricos das águas subterrâneas, uma vez que poderemos num futuro próximo contribuir para a sua salinização, considerando as alterações climáticas e a subida do nível do mar que também induzem o avanço das águas marinhas nos territórios marginais.


Antecedentes recentes do Projecto do Golfe

Sem nunca ter em consideração os factos que foram apontados, os promotores apostaram sempre numa posição de força junto das entidades competentes, nacionais e comunitárias, no sentido de impor o projecto divulgando-o como uma realização estrutural imprescindível para o desenvolvimento da Figueira da Foz.

Em defesa da lei, organizações ambientalistas, com destaque para a associação local PRÓ-FAUNA, interpuseram recursos junto das entidades competentes, nomeadamente da Comissão Europeia, vindo o então presidente Romano Prodi a dar razão à contestação (em 2001), dizendo claramente que aquela era uma área da Rede NATURA 2000 e que o projecto ali não teria viabilidade.

Entrou-se, então, num período de reflexão e foi possível ouvir muitas organizações sobre o problema, tentando encontrar uma solução que satisfizesse quer os objectivos de conservação (Directivas comunitárias) quer os económicos. Mas nunca foi possível o diálogo directo com os promotores.
Ora, após cerca de dois anos de auscultações e debates, são as associações de defesa do meio ambiente confrontadas com o facto de estar em curso um Estudo de Impacte Ambiental para a construção de um projecto imobiliário com campo de Golfe.
Várias associações nacionais e internacionais protestaram contra esta desonestidade e manifestaram ao Instituto do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza a intenção de avançarem com queixas junto da Comissão Europeia e providências cautelares nos tribunais nacionais, caso o projecto fosse aceite.

Algumas notas sobre o projecto Golfe da Lagoa da Vela

O PDM da Figueira da Foz, aprovado em 1993, já havia reservado uma área de 100 ha para “Desenvolvimento Turístico II” (artº 46º, nº 1, alínea b), devendo ser objecto de Plano de Pormenor.

O actual projecto prevê a existência de “223 Lotes de Moradias” (que ocupam 27 ha), “Espaços Multiusos”, “Restaurantes”, “Health Club”, “Comércio e Serviços”, um “Hotel” com 100/120 camas (ocupa 4 ha), uma frente de “Blocos de Apartamentos Residenciais” com dois andares na avenida da entrada e outra com “112 fogos em blocos multi-habitação” (ocupam 4ha), “Campos de Ténis” em diversos complexos, estrutura viária e ciclovia (arruamentos ocupam 5 ha).
Prevê-se a implantação dos “Apartamentos” e “Moradias” próximos da Lagoa da Vela de modo a valorizar a vista sobre a Lagoa. Por outro lado, desenham-se “corredores de moradias” envolvendo o Golfe e “Lagos Artificiais”, dos quais é afirmado que “constituem uma reserva aquífera” para irrigação do próprio campo de golfe em períodos de menor abundância de água. Levanta-se a questão de saber de onde vem a água para os lagos e como é feita a sua manutenção. E mais grave ainda, como se justifica a ocupação de extensas áreas, com obras de isolamento, aterro e tamponização da sua superfície em “zonas com maior influência do lençol freático”.
O projecto assume que abrange toda a área dos 100 ha dos quais 10 ha correspondem a “impermeabilização do solo”.
A superfície total de terrenos destinado à “Zona do Golfe” (com lagos e zonas verdes) deverão ultrapassar os 60 ha (mais de 60% do complexo) na qual se integra um Hotel ou Aparthotel. A área total de “Regadio” é de 42 ha.

Anuncia-se para a Lagoa da Vela “canoagem”, “gaivotas”, “vela”, “remo”, “windsurf” e outros desportos náuticos não poluentes, esquecendo que promovem assim o distúrbio para as espécies em zona protegida. E os empreendedores vão mais longe: haverá “pesca” e concursos de pesca desportiva. Como pode ser isso possível numa população de peixes totalmente contaminada e imprópria para consumo humano?
As preocupações adensam-se com a demonstração permanente que da parte dos promotores ninguém percebe as características do território que estão a tentar ocupar e que a descrição de objectivos e enquadramentos tanto podia ser para a Lagoa da Vela como para as Abadias.

Lembramos que as avaliações com carácter científico apontam para a realidade do aumento descontrolado da eutrofização devido à carga de nitratos necessários à manutenção do “green” e a sua infiltração em profundidade. Além disso, o nível médio da Lagoa da Vela baixaria em média entre 1 a 1,5 metros, o que significa secas prolongadas e rupturas inaceitáveis em períodos de menor pluviosidade (como o que vivemos actualmente).
A forma como tem decorrido o processo sugere que a especulação imobiliária está no centro de todos os problemas levantados. Veremos se é possível, ainda, alcançar acordos e compromissos.

18 Comments:

At 22/9/05 7:42 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bom post com objectividade e erudição necessárias ao debate. É preciso estar atento às incursões pato-bravistas e divulgar muito esta vossa perspectiva.

 
At 22/9/05 8:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sempre pensei que o golf fosse bom em termos ambientais...
Já tinha ouvido falar dos problemas da água mas não sabia de todas estas relações tão importantes.
Hoje aprendi o suficiente para ver o assunto de outra forma.

 
At 23/9/05 10:34 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Querem dizer quando teremos golfe na Figueira? Será que não é um equipamento imprescindível para o desenvolvimento turístico?
O Algarve tem dezenas de campos de golfe e sofre de problemas muito maiores no que diz respeito à falta de água. Que eu saiba, é a região com maiores receitas turísticas em Portugal e nunca se verificou no Algarve qualquer das calamidades anunciadas.
Estou certa ou errada?
Cumprimentos

 
At 23/9/05 1:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O golfe seca os solos e contamina os campos???
Mas nós já nem água temos nas lagoas... e de quem é a culpa? De quem é?
Num país a sério alguém teria de responder por tudo o que se faz ali.

 
At 23/9/05 6:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sinceramente, não acho que o golfe seja um problema para onde quer que esteja inserido (salvo raras excepções).
Do ponto de vista meramente economicista, deve ser feito um estudo para ver ao fim de quanto tempo o investimento estará pago.
Do ponto de vista de impacte ambiental, deve ser feito igualmente um estudo (sério e isento, de preferência sem a intervenção de algumas das associações de ambientalistas que por aí andam) para avaliar se é melhor ter aquelas "lagoas" naquele estado fedorento e aporcalhado, ou se não será melhor preservar a natureza, dando-lhe um aspecto cuidado, limpo e de acordo com a civilização que pretendemos criar à nossa volta. Como refere o artigo "Não há nem nunca houve uma acção consistente no sentido da recuperação ambiental das lagoas."
Será melhor continuar como está???
Do ponto de vista ecológico, na minha modesta opinião, não me parece que a implantação de um campo de golfe possa trazer melefícios para a zona onde está projectado - o único problema apontado por alguns ecologistas/ambientalistas é que um campo de golfe consome muita água (regar e manter a relva com aspecto saudável e "bonito" tem de facto custos elevados). Mas, também é verdade que aquela é uma zona húmida e não sofremos os períodos de "seca" ou de falta de chuva característicos do Algarve.
Não obstante não concordar com a construção dos "apartamentos" e com o número excessivo de moradias(concordo com o resto), parece-me que os obstáculos ecológicos criados à implantação de um campo de golfe na Lagoa da Vela, devem ter outros contornos que não ecológicos. A história deve estar mal contada...
Não será a construção do campo de golfe que vai eliminar as espécies que já lá existem. A construção excessiva, contribuirá para isso, mas com estudos bem feitos, depressa se percebe que é possível o "progresso" conviver com a "natureza".
...A não ser que haja razões que ainda não foram dadas a conhecer à população.

 
At 23/9/05 6:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O campo de golfe é como o hotel do Galante. São meros pretextos para a invasão do betão e para a especulação imobiliária. Uma estratégia de desenvolvimento sustentável não pode ser vista apenas quanto aos lucros imediatos e a curto prazo, mas sim numa perspectiva mais longa, que não ponha em causa o património natural, ou outro, das próximas gerações. Ora os grandes negociantes do território querem sentir logo o cheiro do dinheiro e o futuro...que se lixe!

 
At 23/9/05 11:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nem mais!
Não me parece sequer que alguém esteja contra o golfe por mera birra. O que enferma o projecto são as outras questões que são mais preocupantes.
Além disso, quando é que em Portugal aprendemos a cumprir as leis?

 
At 25/9/05 12:04 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Também concordo com o Exilado. O desenvolvimento sustentado é o contrário de insustentado ou insustentável. Ora, esta última hipótese, quer dizer que é algo que não tem viabilidade futura, que hipoteca a vida das gerações vindouras.

 
At 26/9/05 12:35 da manhã, Anonymous Anónimo said...

1-Lontras e javalis nas Lagoas de Quiaios? Confundiram com os porcos ali da vizinhança! Só pode!
2-Mais importante do que todo este arrazoado pseudo-científico de espécies e habitats, provavelmente fundado em levantamentos feitos sobre o joelho para sacar umas massas à UE, é o problema da subsistência, nas condições actuais, das próprias Lagoas. Porque é que nunca é abordada a questão da captação de água até à completa exaustão, na Lagoa das Braças, para consumo doméstico? Ainda por cima não sendo tal, hoje, necessário?
3-Campo de Golfe? Obviamente! Em condições que assegurem por um lado os equilibrios ambientais, e por outro contribuam para maior bem estar de uma sub-região do concelho historicamente deprimida. Saberá o meu caro ambientalista qual a taxa de emigração de residentes da freguesia do Bom Sucesso? Saberá como decorreram, num passado recente, as condições de vida daquela gente? Saberá qual o declínio populacional das últimas 4 ou 5 décadas?
Creia que não gostará menos de especuladores imobiliários do que eu! Mas é possível conciliar os diferentes equilibrios em presença ... o humano e o ambiental!

 
At 26/9/05 12:04 da tarde, Blogger FigueiraMais said...

Os levantamentos, medições e monitorização territorial são efectuados por equipas técnicas e científicas certificadas, incluindo aquelas que pertencem a organismos oficiais (Universidades, Instituto do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza, Direcção Regional de Ambiente, etc.). Os dados encontram-se profusamente publicados e, hoje, é reconhecido que pecam por defeito de caracterização e registos, não por excesso. Se não fosse assim, o trabalho estaria concluído e não seria necessário mais investigação cientificamente validada.
Entenda-se que este é o Sítio do sistema dunar de Quiaios-Mira que contém variedades interdependentes de substratos, de espécies vegetais e animais, de "guildes" alimentares, etc.
Portanto, não são só as lagoas que estão em causa quando se pretende intervir e alterar determinados equilíbrios do território. As lagoas, tal como as linhas de água e os fluxos freáticos têm áreas de influência muito alargadas e impactes exponenciais sobre o estado dos habitats e dos ecossistemas litorais.
Se pensarmos numa perspectiva de integração, talvez entendamos como os problemas ganham outros significados e dimensões.

 
At 26/9/05 10:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É sempre a mesma coisa: em Portugal tudo o que se diz com pés e cabeça sobre o ambiente é atacado grotescamente pela ignorância que se escuda normalmente no interesse económico. Depois, quando somos postos perante os desequilíbrios mundiais, os incêndios, as inundações, as secas, etc. etc., nessa altura já todos são ambientalistas e a culpa do que se está a passar é dos outros...

 
At 27/9/05 11:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

1-Não duvido que todas essas entidades (e outras) tenham sacado uns dinheiros à UE ... mas curiosamente nunca foram publicados os relatórios com toda a informação dos levantamentos de campo realizados!
E insisto neste ponto por uma razão simples: por aquelas bandas parece que nunca lá se viu ninguém a realizar tais trabalhos, necessariamente morosos.
Eu gostaria de ter acesso a tais relatórios, onde figurassem as datas, as acções, os intervenientes, os meios, etc., para que eu, que julgo conhecer em profundidade aquela região, também pudesse acreditar na existência das lontras e dos javalis!
Que fique claro: não ponha em dúvida a honestidade das suas informações! Apenas não acredito nas fontes a que teve acesso!
2-A exaustão da Lagoa das Braças é para mim, leigo na matéria que sou, a demonstração da incapacidade da Universidade de Coimbra e das autoridades ambientais, que após cerca de uma década de intervenção para resolver o problema grave que a assola, continuam a "encanar a perna à rã" para não ferir susceptibilidades políticas e económicas.
Só a descida abrupta dos níveis friáticos pode responder, em minha opinião, pela morte de centenas ou milhares de árvores como ali aconteceu e esse abaixamento tem um responsável: captação subterrânea de água nos lençóis friáticos da Lagoa das Braças levada a cabo, hoje, pela Empresa Águas da Figueira, como o foi no passado pelos então SMFF.
Lembro, para terminar, que uma das razões que levou a CMFF, há cerca de 20 anos, a investir fortemente na captação de água no Rio Mondego, foi exactamente a necessidade de não exaurir a Lagoa das Braças.
Construída a alternativa, afigura-se-me CRIMINOSO o que continua a ocorrer na Lagoa das Braças.

 
At 1/10/05 7:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sobre este tema leiam, por favor, a reportagem do Expresso de 01 de Outubro, na pag. 24 do caderno principal.

 
At 9/10/05 4:51 da tarde, Blogger FigueiraMais said...

Informação adicional sobre a presença de Javalis na área das dunas de Quiaios-Mira.
Esclarecimento do Prof. Doutor Carlos Fonseca, da Universidade de Aveiro (o principal investigador desta espécie em Portugal), que reproduzimos:

"Como pode constatar num artigo que publiquei no Boletim da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses (Santo Huberto. N.º 1: 21 - 28), o javali tem empreendido uma expansão
extraordinária por todo o território nacional, tendo já atingido as áreas costeiras.
Posso-lhe adiantar que o javali chegou às Dunas Quiaios-Mira, por volta de 1997, altura em que o detectei nessa região, quando me encontrava ali a fazer um trabalho de inventariação de mamíferos. Depois disso, já houve alguns acidentes de viação provocados pelos javalis, na estrada principal Vila de Mira-Praia de Mira e, recentemente, vários grupos familiares foram observados
nas dunas secundárias e pinhal adjacente, na região de Quiaios, Costinha e mais para Norte.Penso mesmo que a sua caça já foi autorizada em algumas Zonas
de Caça, que se viram forçadas a alterar os seus Planos de Ordenamento e Gestão Cinegética, pelo aparecimento desta "nova" espécie.

O javali é uma espécie que facilmente se pode adaptar a novos habitats, alguns deles, aparentemente com poucas condições. Já há uns anos que tenho interesse em estudar estes grupos de javalis costeiros, para tentar perceber, fundamentalmente, quais os recursos que utilizam nas dunas. Já existem por ali há um bom par de anos e, pelo que me posso aperceber, deslocam-se bastante, podendo ir, numa só noite, das Dunas de Vagos às Dunas de Quiaios."

 
At 12/4/07 11:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A Lagoa está melhor como está.

É uma pena que tenhamos ambientalistas de tão baixo nível, sempre contra tudo e todos.

Não seria mais sensato achar uma meia solução? Não, claro que não.

Rede Natura 200 ?? Quando arder o resto, ai sim, vão ficar todos contentes.

 
At 17/8/07 2:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

uns dos problemas da lagoa da vela golf.para bem fazer era limpar as aguas e tudo o que envelopa a lagoa,fazer uns acessos em condicoes.fazer o sitio bonito mais atrativo,mas isso nao intereça a ninguem.o que intereça e fazer campo de golf e habitaçoes privadas .e o problema esta ai,so querem e ver cimento no ar dinheiro na barriga ate arrebentar.ja alguns se consideram prioritarios. privados que ate agora nao sao divulgados para la irem construir .este projeto ja esta todo imaginado e sao esses interessados que andam atras de certos politicos ,a perguntar com pressa,dizem eles(entao qundo e que o projeto lagoa da vela golf anda para a frente?)este projeto se for açeito,vai ser um desastre ecologico . vai haver uma baixa de agua na lagoa a parir do dia que o projeto andar para a frente,

 
At 15/11/09 6:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Afonso, com os seus comentários está a denegrir e a insultar todo o árduo trabalho que investigadores cinetíficos das várias Universidades e outras instituições levam a cabo, não imagina você, por vezes, em que condições.
1 - Javalis, penso que já lhe foi provada a sua existência na dita área em questão. E posso-lhe dizer também, que há pouco tempo eu próprio, na seca lagoa das Braças, vi fossados e pegadas de javali. A não ser que as pessoas deixem fugir uma vara de porcos....
2 - Lontras? há sim, nunca as viu? é normal, são animais algo difíceis de observar, e penso que não se preocupou antes em pesquisar sobre a espécie, os seus sinais de presença e depois se dirigiu alguns dias às ditas lagoas, perdendo algum do seu tempo a tentar observá-la. Pois asseguro-lhe que a lontra existe nas lagoas, ou então o dinheiro que paguei por um curso dado por um convidado espanhol especialista em indícios de mamíferos e organizado por um professor meu da universidade, que por acaso já aqui foi citado, foi dinheiro mal gasto, tendo ido eu aprender NADA!! pois asseguro-lhe que vi, nesse curso os tais indícios de presença da lontra!

Quanto à construção do campo de golfe, atribuição na Rede Natura 2000? Bem, poderão dizer que a tal pressão ecológica sobre a não construção do campo de golfe seja apenas uma "desculpa". MAS, será que quem quer o campo de golfe também não fará alguma pressão para a não integração na Rede Natura?? Penso que qualquer um destes pontos de vista são possíveis.

Pró Rede Natura 2000
Águia-sapeira(Circus aeruginosus (Linnaeus, 1758)) - Estatuto vulnerável no Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal, sendo o Baixo Mondego uma das 4 zonas de nidificação mais importantes para a espécie.

Garajau(Sterna sandvicensis Latham, 1787) - Quase ameaçado, no LVVP

Galeirão-de-crista(Fulica cristata Gmelin, 1789)- Criticamente em perigo no LVVP. No século XIX existiu no Baixo Mondego, existe actualmente na Lagoa de Mira, e parece-me muito provével a sua existência nas Lagoas de Quiaios. Se não existe, este poderia ser um local importante para a sua reintrodução e combate à sua extinção.

Flamingo(Phoenicopterus roseus (Pallas, 1811)) - Vulnerável no LVVP. Espécie pouco tolerável a perturbações. Requer grandes espaços abertos e tranquilos(tranquilo é tudo menos um ambiente à volta de um campo de golfe, muito menos com diversas actividades no interior da lagoa)

Negrinha(Aythya fuligula (Linnaeus, 1758)) - Vulnerável no LVVP. Prefere zonas de água doce profundas, calmas e abertas.

Mergulhão-de-pescoço-preto(Podiceps nigricollis CL Brehm, 1831) - Quase ameaçado no LVVP.

Depois, estando instalado o campo de golfe, irão lembrar-se que a praia poderá ser um extra ao golfe, construirão estradas até à praia, começará a construir-se habitações, etc.

É preciso mudar a mentalidade actual. Pensar menos no dinheirinho nos bolsos e pensar mais naquilo que nos rodeia, o mundo não acaba para lá dos limites das cidades. Entre duas grandes cidades não há uma estrada suspensa num enorme vazio! Há campos, serras, rios, lagos, animais, plantas e mesmo pessoas que habitam zonas rurais!

Sem mais de momento
Cumprimentos a todos

David

 
At 25/1/10 10:27 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Eu moro mesmo ao lado da lagoa, e assim como eu, toda a população acha que o campo de golf e essas histórias sobre perservação de espécies etc, isso é tudio uma palhaçada.
Zelem primeiro pela nossa lagoa, somos chamados de tolos por centenas de turistas que todos os anos vem visitar este espaça!

 

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